quinta-feira, 13 de maio de 2010

Crônica: Os Juízes - Introdução

Esta será uma narrativa curta, durando de duas até no máximo três seções de jogo. Os personagens serão magos da Tradição Irmandade de Akasha, membros da seita Vajrapani (Punhos Beligerantes / Punhos da Guerra), seita que trava batalhas diárias e pratica ações diretas contra a União Tecnocrática, para eles nenhum tipo de ascensão é possível enquanto tal instituição existir, o “caminho” não pode ser outro senão a queda da Ordem da Razão.

A narrativa começa em uma pequena metrópole doTennesee, uma cidade com alguns milhões de habitantes cuja principal atividade econômica é a extração e o processamento do petróleo, o descobrimento e a exploração desta riqueza fez a cidade triplicar suas dimensões em algumas décadas. Na verdade as refinarias da região são Constructos erigidos sobre nodos poderosos, lugares com acesso restrito e que sob o manto de segredo industrial abrigam laboratórios ultra tecnológicos.

Nas últimas semanas, porém, algo fora do comum vem ocorrendo, “acidentes” já destruíram quatro refinarias da cidade, os tecnocratas atribuem as sabotagens ao terrorismo praticado pela Irmandade, todavia os personagens e os demais magos nada sabem sobre os acontecimentos, enquanto isso, ainda muito cedo para que alguém com isso se preocupe, começa a se formar uma poderosa tempestade que lentamente se aproxima da cidade.

Os Juízes - Cine Sol Nascente - A Capela

O cinema Sol Nascente é a Capela dos Vajrapani, e muito mais do que isso, é a única capela de magos que restou na cidade ao longo dos anos, ali vivem as três cabalas dos Irmãos de Akasha (Vento Sul, Jade Perdida, e a cabala dos personagens) bem como alguns poucos magos de outras tradições que lá se refugiaram. O lugar pode ser definido como decadente(no sentido econômico da palavra), sua arquitetura data dos anos trinta, as paredes descascam, suas cores desbotam, o piso de madeira ringe ao mais leve passo, muitos letreiros dos títulos dos filmes estão queimados, em sua fachada estão colados os mesmos cartazes amarelados a muitos anos, dizem que alguns destes cartazes, muitos deles pintados a mão, guardam imagens poderosas, como as do dragão Yinglong e outras figuras míticas, que seriam as responsáveis pela proteção do lugar, afastando dali os maus espíritos (i.e a Tecnocracia). O lugar exerceu um papel fundamental no despertar dos magos que abriga, sendo um ponto de convergência no destino dos Vajrapani que ali entraram. Enquanto cinema ali só se exibe filmes de kung Fu da década de 60 e 70, a “velha escola de Hong Kong”, produções que escaparam da revolução cultural chinesa e que por muito tempo foram as únicas janelas culturais que as massas tiveram com a “China Antiga”, e que em prática despertaram o interesse americano para a prática de artes marciais.

Os Juízes - NPCs

QUIN QUAN CHAN é um dos dois remanescentes da cabala da Jade Perdida, um americano descendente de chineses cuja família veio para a América a época da segunda guerra mundial, é um homem velho cuja aparência a noção de mundo de um adormecido ocidental associaria a decadência física e mental, mas que na verdade é um grande mestre na arte do “do”, e aquele cujo os outros magos consideram seu mentor, embora ele raramente exerça a autoridade que lhe é atribuída. Estes jovens ainda vivem sob um paradigma misto, trazendo consigo muitas noções de quando ainda eram adormecidos, e estes resquícios da praticidade de suas vidas adormecidas não raras vezes os fazem procurar Quin Quan Chan para que ele sane suas dúvidas com respostas simples e diretas, ao fazê-lo tais magos acabam sempre com suas dúvidas multiplicadas, se no fim Quin Quan Chan será um mentor que os iluminará, ou aquele que provocará suas ruínas, ou ambos, dependerá inteiramente de cada um dos jovens magos.

YINGLONG é o outro membro remanescente da cabala da Jade Perdida, ele tem noventa e oito anos de idade, e uma idade aparente de 50 anos, de nacionalidade chinesa, não fala uma só palavra de inglês, mas essa barreira de linguagem não seria problema para um mago de sua magnitude, ele é o projetista no Cine Sol Nascente e ali naquela sala de cinema projeções diretas de sua mente exibem passagens do Anacletos da Irmandade, sendo ele quem confere aos outros magos suas identidades. Dizem que Há muito tempo fora cercado por dúzias de agentes Tecnocratas, na ocasião teria se transformado em um dragão e os devorado, outros dizem que ele não seria um mago que teria tomado as formas de um dragão, mas o espírito do dragão que tomou formas humanas e veio a Terra ajudar a Irmandade e os Vajrapani. Sua relação com os outros magos se resume a reverência, eles o vêem como um totem, muitos atribuem a sua presença o fato de o Cine Sol Nascente ser um lugar seguro.

A CABALA DO VENTO SUL é um grupo organizado e com funções bem distribuídas, de posições claras e fortes, desprezam as demais tradições e são radicalmente contra abrigar outros magos na Capela. Alguns de seus membros imiscuem-se a sociedade adormecida, Lee Khan é um poderoso executivo, e líder da cabala, “General” em seu jargão interno, Zheng controla grupos mafiosos locais, é ele quem delibera sobre dilemas quando a cabala encontra algum, ele é o “magistrado” do Vento Sul. Wei e Tai são “guerreiros” e vivem no Cine Sol Nascente. Juntos eles vão muito além do que Zun Tzu descreveu em “A Arte da Guerra”, para essa cabala os fins justificam os meios e são capazes de qualquer ato para derrubar a Tecnocracia e restabelecer o equilíbrio no mundo. A cabala dos personagens, seja como for, será mais moderada do que esta cabala, ao comparar os dois grupos estranha-se o fato que todos seus membros tenham o mesmo mentor: Quin Quan Chan.

O Barão Smith é aos olhos do mundo um lorde do petróleo, um bilionário que não emprega seus recursos para melhorar sua aparência decadente e démodé. Alguns dentes de ouro aqui e ali, charutos caros, roupas feitas com peles e couros de animais raros e um chapéu branco de cowboy que é sua marca registrada. Este homem rude e até certo ponto inculto parece um magnata a moda antiga que sobreviveu até os dias modernos, a impressão que deixa é o de uma caricatura, demasiadamente estereotipado, não passa de um personagem mal feito criado para as massas. Os personagens conhecem sua face oculta, o “Barão Smith” é um supervisor do Sindicato, sob seu comando estão todos os amalgamas da cidade, em poucas palavras: ele é o inimigo, o chefe da Tecnocracia.