“Everybody was kung-fu fighting
Those cats were fast as lightning”
O lutador de kung fu nasceu em uma família mexicana na periferia de Los Angeles, descendência que os traços de seu rosto e seu biótipo não escondem, desempregado e a margem da sociedade, ele encontrava escapismo assistindo a filmes antigos de kung fu exibidos gratuitamente em um cinema decadente dos subúrbios, um lugar onde o próprio projetista era também o proprietário. Um homem velho e de traços ocidentais, nada em sua aparência revelaria sua predileção obsessiva por aquele tipo de filmes, com o tempo eles tornaram-se amigos.
Esse velho primeiro resistiu a uma tentativa de aquisição hostil feita por uma megacorporação que queria transformar o lugar em uma moderna sala de cinema, ainda que com o dinheiro oferecido pudessem fazê-lo em qualquer outro lugar... Depois veio a policia e uma ação judicial que paralisou o lugar por mais de um mês, quem sabe ou imagina que existe uma lei municipal proibindo a exibição de filmes estrangeiros de kung fu?... Por fim vieram homens estranhos e bem vestidos, homens que massacraram o velho projetista enquanto o “lutador” ainda era um expectador e assistia a “O garoto com os braços dourados: The kid with Golden Arms”, foi nessa ocasião, talvez provocada pelo próprio destino, uma situação extrema onde nada restara para garantir sua sobrevivência a não ser recorrer ao seu avatar adormecido, que o “lutador” despertou. Seu amigo projetista encontraria a morte naquele dia, mas não sem antes proferir suas últimas palavras: “Procure pela Irmandade de Akasha”.
Ele hoje sobrevive participando de lutas clandestinas e fazendo bicos como segurança, enquanto foge de seus perseguidores e busca saber mais sobre a tal irmandade. Em suas falas sempre emenda alguma palavra em espanhol em meio a provérbios orientais que colhe de uma fonte ou outra, fragmentos de uma cultura que ele carrega anotadas em um bloco de notas. Seu único e mais profundo medo é Lu Cheng, um vilão que parece ter saído dos filmes que assistia e o persegue desde o dia do despertar, já travaram várias lutas onde o “lutador” saiu severamente ferido. Lu Cheng na verdade é um espírito do paradoxo que vem cobrar-lhe os golpes mais vulgares do estilo de luta que recortou dos filmes.
domingo, 3 de janeiro de 2010
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