sábado, 31 de outubro de 2009

A Batalha por Los Angeles - Cenário

Os Magos de Los Angeles
Diferentes Tradições místicas existem em Los Angeles, vivendo de forma precária, sobrevivendo aos ataques da Tecnocracia, desorganizados, ilhados, quase incomunicáveis. A visão de uma resistência é bastante coerente com a realidade que os magos enfrentam, onde os mais idealistas e mais dispostos se organizam em células independentes para atacar os pilares da Tecnocracia pelo subsolo. Em comum todas elas têm a ausência de seus mestres, e cabe aos seus discípulos organizar as novas ofensivas para combater a Tecnocracia.

A Irmandade de Akasha prega o desapego às coisas materiais e o retorno à simplicidade, uma coisa rara em Los Angeles, onde as pessoas vivem rodeadas de luxo e riqueza, sendo oferecidas a cada instante. Lapidando corpo e mente os Irmãos de Akasha propõem filosofias orientais como alternativa à massificação a que estão submetidas as pessoas sob o paradigma tecnocrata. A busca da harmonia conduz os passos desses magos.

O Coro Celestial promulga o amor ao Uno como meta a ser alcançada para a Iluminação. O amor fraterno, a paz e a união com o Uno são os caminhos para a promoção de uma vida mais digna, mais compreensiva, e o amor ao Uno e do Uno, e seu reconhecimento, são peças fundamentais para esta Ascensão.

O Culto do Êxtase busca a transcendência, a ultrapassagem pelas portas da percepção. Há muito mais do que se pode perceber na realidade, e os limites cômodos e resistentes cegas as pessoas para essa transição. Buscando multiplicar a gama de experiências a viver, os Extáticos sempre testam seus limites, e se encontram entre os mais ferozes combatentes da Tecnocracia.

Os Oradores dos Sonhos estão muito preocupados em manter as relações com os espíritos em bons termos, e podem estar um pouco afastados da luta contra a Tecnocracia. Diretamente poder parecer, mas eles talvez sejam uma das Tradições mais afetadas pela hegemonia tecnocrata e sua esterilização do mundo.

Os Eutanatoi agem muito mais ocultos do que qualquer outra Tradição. Policiando as transgressões promovidas contra a trama e contra o ciclo da vida, os Eutanatoi agem tanto contra hospitais tecnocratas que realizam experimentos com pessoas doentes em busca de curas, quanto com vampiros que abundam nas ruas e rompem com a ordem da vida e da morte. Paralelamente, num mundo de apatia, os Eutanatos têm de constantemente realizar um trabalho de conscientização para a vida, ou oportunizar novas vidas ao eliminar algumas.

Sendo ainda tão orgulhosa quanto já fora, a Ordem de Hermes promove a perfeição mística, o forçar dos limites de compreensão, acreditando superar todas as outras Tradições. Em épocas de grandes mestres e arquimagos, a Ordem de Hermes foi indiscutivelmente a mais poderosa. No entanto, hoje, ela é apenas mais uma lutando contra a hegemonia tecnocrata.

Os Filhos do Éter procuram transcender a ciência estática promovida pela Tecnocracia, acreditando na livre iniciativa iluminada e na transformação infinita que se pode alcançar através do estudo e do experimento. Limites são autoimpostos, e isso se aplica à criação pela mão do homem. Criando e tentando se consegue atingir o prodígio, e a Tecnocracia esmaga esse potencial.

Os Verbena se voltam às técnicas primitivistas, ao reencontro com a vida que foi interrompida com a pretensa civilização humana. A quantidade de artifícios que o ser humano aplica à sua existência nubla por completo a fusão com a Mãe Terra e afasta cada vez mais os homens e mulheres da natureza. Estando definitivamente entre as Tradições mais visadas e mais assediadas, os Verbena encontram dificuldade em realizar suas mágicas.

Os Adeptos da Virtualidade contam como uma das Tradições mais numerosas e mais atuantes de Los Angeles. Aplicando um golpe após outro na Tecnocracia, os Adeptos promovem uma abertura da informação e uma instrução das massas de forma integral pela Internet e outros meios. A recente movimentação desse grupo de Adormecidos, que alguns Adeptos dizem pertencer à sua Tradição, entusiasmou os opositores da Tecnocracia, e novos planos estão sendo feitos para atacar a União utilizando esta brecha que foi aberta.

Tão alienados quanto qualquer adormecido médio, os Vazios não se engajam à luta pela abertura do Consenso. Preocupados demais com seus próprios problemas e com sua busca pelo esoterismo, eles negam ajuda, e realmente têm pouco a oferecer, às outras Tradições. Apenas cuidam para que não sejam pegos com a mão no pote de biscoitos, e que não irritem uma ou outra Tradição.

A Batalha por Los Angeles - Cenário

Los Angeles à Noite
Utilizo o termo 'à Noite' por mera conveniência, muito embora as lutas Despertas se deem tanto à noite quanto durante o dia. A qualquer momento em que os Operativos encontram uma facção de transgressores, ou em qualquer oportunidade que os magos têm de aplicar um golpe à Tecnocracia, se dá um confronto, com baixas e fugas.

A cidade de Los Angeles é uma fortaleza Tecnocrata, um exemplo bem sucedido da capacidade de condicionamento que a União é capaz de aplica sobre as massas. Seja a experiência de Disneyland, seja a capacidade de manipulação das consciências através do monopólio da ZooTV, seja pela indústria cinematográfica, seja pela tecnologia de ponta desenvolvida no Vale do Silício, tudo parece ter dado muito certo em Los Angeles. Resistir é inútil e a vigilânsia se assegura de conter focos isolados de transgressores da realidade.

Por outro lado, quando a mão que oprime aperta forte demais, sempre surgem vozes renegadas que lutam para se livrar da opressão. Pode se dizer que os guerrilheiros urbanos de Los Angeles estão entre os mais perspicazes. Imiscuídos entre as massas de Adormecidos, sutis o suficiente para não levantar suspeitas, esses magos resistem bravamente, lutam por ideais de promoção da diversidade, para derrubar a hegemonia sufocante que trata as massas como bovinos, alienando-os de todo o prodígio inerente ao Despertar. Escondidos, aplicando golpes rápidos e pontuais, os magos adotaram a postura da guerrilha urbana para combater a União Tecnocrata e, dia após dia, eles têm resistido na empreitada.

Este é o cenário de fundo básico para a crônica: uma Los Angeles na qual todo tipo de transgressão é monitorado e combatido com força extrema, mas onde nunca se consegue saber d eonde virá o próximo golpe. Homens de Preto investigam atividades paranormais, os ciborgues da Iteração X vasculham as ruas mais perigosas em busca de transgressores, os doutores e cientistas dos Progenitores trabalhando em seus laboratórios, são contrapostos por ataques hackers dos Adeptos da Virtualidade, divulgações subterrâneas de culturas místicas por diferentes Tradições, organizações da Ordem de Hermes para sabotar algum plano Tecnocrata, enfim, atitudes combativas, pontuais e rápidas, contrárias ao monolito tecnocrata.

O clima do Mundo das Trevas é preponderante no cenário. O ambiente punk-gótico é sensível por todos os lados, seja no centro decadente da cidade, que mistura a riqueza dos prédios comerciais com a miséria dos mendigos que ocupam os becos imundos; as áreas refinadas dos astros dos filmes e músicas que escondem a perversão e a depravação; as periferias que guardam a violência e a loucura. A maioria das pessoas ocpa cargos mal remunerados e alienantes, empenhadas em se envolver num bolsão de segurança aparente que as isole cada vez mais do caos das ruas.

A televisão ajuda a manter este clima de apreensão e medo ao noticiar quase que vinte e quatro horas por dia as tragédias e atrocidades cometidas pelas pessoas. As crianças crescem assistindo em horários pouco convencionais desenhos produzidos na década de 1940, ainda em preto e branco. Os jornais são pasquins, lançados às dezenas em variedade, leitura para todo tipo de gosto. No rádio, músicas que tentam passar todo tipo de mensagem parecem não sensibilizar os corações das pessoas.

Nas ruas a vida nas gangeus agita a cidade. Não há espaço urbano que não esteja dividido e seja disputado por gangues em guerra. Em meio a isso a polícia usa a política de tolerância zero, capturando e aprisionando toda pessoa suspeita numa tentativa ostensiva de conter a violência massificada.

As igrejas abrigam cada vez menos fiéis verdadeiros, e cada vez mais pessoas desesperadas atrás de significado para suas vidas. As palavras dos sacerdotes já não conseguem penetrar fundo nos corações das pessoas, e cada vez mais eles próprios se corrompem pela perversão pedofílica e a ganância pelo dinheiro dos fiéis, quando não por suas próprias almas.

Mas em meio à desesperança dominante entre a população de Los Angeles uma nova esperança surge. Em meio à violência, banalização, intolerância que existe na cidade, um grupo desconhecido começa a se formar, um grupo de pessoas que não está de acordo com o rumo que as coisas estão tomando, que descobriu que existem coisas não contadas, segredos mantidos, evidências ocultadas por agentes que querem cegar as massas. Esse grupo começa a se organizar e agir de forma subterrânea para resistir às forças ocultas da cidade, tomar a dianteira de suas próprias vidas e lutar.

Essas pessoas, poucas e desconhecidas ainda, são a fagulha de esperança que não morre no coração dos magos, um motivo que os faz querer continuar a lutar para libertar as massas do controle absoluto e alienante da Tecnocracia.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A Batalha por Los Angeles - Criação de Personagens

Os personagens dos jogadores que comporão esta crônica devem ser construídos levando em consideração certos aspectos do cenário que condicionam os antecedentes aos quais estão submetidos.

Em primeiro lugar se deve destacara a ausência repentina dos Mestres e Arquimatos. Os magos que abundam, se é que o termo se aplica ao caso, são os Discípulos e, mais que eles, os Aprendizes e Iniciantes. Sem o comando de grandes líderes as Tradições se tornaram menos intolerantes e mais eficazes em adicionar as técnicas e os métodos do inimigo em seu próprio benefício. Sendo assim, a era de magos com cajados e livros de feitiços se foi, e os magos têm de adotar uma postura muito mais mundana do que antes para poder se esconder entre as massas e sobreviver.

Deste modo, os jogadores são estimulados a criar personagens mundanos, pautados numa base comum de um ser humano que aprendeu o modo pelo qual a realidade realmente funciona. A discrição é peça fundamental ara sua sobrevivência, e eles devem agir nas entrelinhas para alcançar seus objetivos. Mas quais são esses objetivos?

A luta pela imposição do paradigma místico, ou pela abertura do paradigma da razão ao elemento místico desgasta muitos dos magos de Los Angeles, dada a dificuldade que encontram para continuar lutando. Entretanto, uma esperança se apresenta, o que alimenta o sonho dos novos Tradicionalistas em buscar uma nova Ascensão. Por um lado isso pode representar energia nova para uma causa secular; por outro pode significar a insistência num projeto que já dera errado uma vez.

Por isso a pergunta: Quais são os objetivos destes personagens? Eles acompanham o senso comum dos guerrilheiros místicos que insistem numa nova investida contra o paradigma da razão e tentam causar rachaduras ao monolito tecnocrata, ou têm suas próprias agendas particulares?

Magos de todas as Tradições são aceitos, e se dá ênfase aos Adeptos da Virtualidade por sua atitude punk, mais dispostos a se voltar contra a Tecnocracia; Vazios, com sua postura niilista frente ao que se apresenta como futuro; e Irmandade de Akasha, por suas artes marciais e filosofia oriental, sempre bem-vindos para adicionar clima à crônica.

A distribuição de pontos segue os mesmos padrões propostos em Mago: A Ascensão, considerando pequenos ajustes nos Antecedentes: os Mentores estarão limitados até o nível 3; a Influência estará limitada até o nível 3. As Maravilhas de níveis elevados devem ser bastante detalhadas, principalmente no que se refere ao seu histórico e o modo pelo qual veio parar nas mãos do mago.

Uma última advertência fica por conta dos Efeitos: os coincidentes sempre foram e sempre serão os mais indicados para os personagens dos jogadores. Exibições pirotécnicas tendem a atrair a atenção de Tecnocratas ansiosos em pôr as mãos em transgressores da realidade, e serão um motivo certo para o mago ficar sozinho, sem apoio por medo de outros magos serem capturados devido à imprudência do falastrão. Isso sem mencionar o onipresente paradoxo.

A Batalha por Los Angeles - Ideia Geral

Magos Tradicionalistas e Tecnocratas têm lutado uma Guerra da Ascensão, e o resultado deste embate se tornou óbvio: a Tecnocracia venceu. Depois dos últimos eventos no Mundo das Trevas o poder das Tradições se modificou drasticamente. Sem os Mestres para exercer seu domínio, por vezes retrógrado, sobre o Conselho das Nove Tradições, os mais poderosos magos que ainda estão por aí são meros Iniciados, que estão refinando suas artes místicas e não são tão propensos ao combate direto quanto se podia esperar.

Numa cidade considerada como um polo da Tecnocracia, os magos têm de sobreviver dia após dia sem ter certeza do que poderá vir amanhã. Los Angeles é um centro da atividade Tecnocrata e um tipo de cidade modelo a ser seguido, uma prova do sucesso da Tecnocracia em vencer os transgressores da realidade e um inferno na Terra para qualquer mago que tenha o infortúnio de vir parar aqui acidentalmente ou despertar do lado errado da cerca.

Esse é o caso dos personagens dos jogadores, e eles têm de se adaptar a uma tática de guerrilha urbana para sobreviver aos momentos finais desta Guerra da Ascensão ou se entregar para o outro lado e abdicar da luta. Mas como criaturas que têm o poder de transformar a realidade conforme sua vontade, como desistiriam da luta?

No entanto, uma luz brilha no final deste túnil que parece cada vez mais escuro. A atividade de alguns Adormecidos plantou o germe da dúvida nas massas descrentes, e agora perguntas nunca antes feitas pairam sobre todos os grupos de Adormecidos e se abre uma das únicas oportunidades que já surgiram para os magos darem o troco à Tecnocracia, que está mais do que empenhada em encobrir todos os rastros que foram deixados por esse grupo de Adormecidos e reparar as brechas que se abriram no Consenso.

Mas não apenas os Tradicionalistas estão prontos para utilizar estas brechas no Consenso para trazer um pouco de luz à causa mística, mas outros "TRs" também estão atentos, entre eles os Nefandi, que têm uma ótima oportunidade de agir mais intensamente durante a confusão que tira o foco de Tecnocratas ansiosos por sua aniquilação.

Em meio a essas duas forças: o instituído e o instituinte, os personagens dos jogadores agem, sem mestres, para libertar o mundo da unilateralidade sufocante promovida pela Tecnocracia, dando um passo de cada vez e batendo e correndo para não serem capturados por uma Tecnocracia que começa a perde a calma.

Abertura da Fabriqueta de Vidas

Caros amigos,

Este blog tem por objetivo a postagem de nossas criações e criaturas, nossos pensamentos e obras, nossas histórias, crônicas e personagens. Ainda não tenho muito claro como poderemos organizar todo esse espaço, mas espero que possamos nos organizar de fato para que nossos escritos e nossas ideias fiquem à disposição de nosso grupo, e outros eventualmente. Começo por postar a vocês o chamamento feito à criação de personagens para a crônica "A Batalha por Los Angeles".