O Château d'Azur, uma corte provinciana que tentava imitar a corte de l´Empereur, lá estava Jean Paul num dos compromissos mais tediosos de sua estada ociosa, hoje ele e um bando de nobres emplumados, vestindo peruca, maquiados com tinta branca e batom e calçando salto altos passeavam pelo exterior daquele que fora um dia sede do governo de Montaigne, ouvindo com tédio sobre humano aos declames do historiador pessoal do arquiduque Sebastien Zacherie du Champagne.
- Agora estamos na ala norte, construída pelo barão Pepinu II no século VXVXV, o vitral acima da trigésima segunda janela do segundo andar foi trazido pelo rei Cedric Magne IV...”
Aquilo fazia Jean Paul pensar que existiam coisas piores que o sexo das creontianas, ouvir de qual canto de Thea havia sido trazido cada arvore e muda de planta do jardim, de qual guerra haviam sido espojados, quem fora o valoroso antepassado real do Arquiduque que o trouxe para o Château, assim também com a fauna de toda Theá que desfilava pelos bosques em volta do jardim, a casa das jaulas onde ficavam feras estrangeiras, monstros de além mar, e mesmo uma família de oriente distante que a duas gerações habitavam uma cabana gradeada.
- Eu vou acabar dormindo em pé, afinal para que serve a história? Bando de besteiras inúteis!
- Contenha-se Jean Paul!
Disse Anatole, um servo que sei pai mandou acompanhá-lo para mantê-lo longe de problemas.
- Só conta-nos as glórias, a trisavó de Sebastien era uma plebéia, não conta-nos da mancha na linhagem arquiducal, provavelmente seria uma história bem mais interessante!
- Jean Paul, certas coisas não devem ser mencionadas!
O Historiador continuou.
- Essa é Fontaine Noir, uma das primeiras fontes construídas na ala norte, o arquiduque mandou construai-la a exatas 25 janelas do quarto da arquiduquesa, a exata distancia que barulho da água caindo lembra a soberana de sua terra natal, as safiras negras que dão nome a fonte vieram como tributo do Barão de Borlonhas, os aquedutos foram estudados e copiados de Quescoz em Castilha após o arquiduque tomar a cidade , a majestosa estátua da mulher desnuda foi transferida para cá do sétimo átrio da ala leste, fora presente de capitulação do Infante Demetrius ao Duque Godofral em 1323, quadra avô de vossa magnificência.
- Na verdade esta estátua foi comprada de um nobre falido de Vodacce, Atilos Casamundus!
- Como você saberia isso Jean Paul?
- Jamais esqueço um busto, mesmo de pedra!Vê a parte escurecida no mármore, em todo lugar abaixo da linha de cintura e que se estende até quase os joelhos, reluzindo estranhamente sobre a água?
- Sim! Parecem manchas irregulares na pedra, tem um brilho estranho porem belo!
- É o vinho de Eros cuspido do falo de homens vários, existe em Usura uma ordem secreta cujo objetivo e invadir as casas nobiliárquicas e desfrutar-lhes as estátuas, meu gozo também ai está, juntei-me a causa deles há dois anos quando estive em Provença para o carnaval.
- Oh Céus que devaneio! Tu contraístes núpcias com uma estatua de Château d’Azur! Por que te juntas com estes enlouquecidos?
- Pelo desafio meu caro, no carnaval de Provença é mais difícil desfrutar de uma estátua bem guarnecida que as mascaradas que te atacam nas ruas.
Jean Paul continuou...
- É por isso que a igreja impede que seus artistas usem as técnicas de escultura do antigo império, com proporções exatas, tamanho real e precisão anatômica a seus ídolos, se bem que existe uma facção radical liderada por ltalus Caesar cujo objetivo é invadir os templos e... Bem, lembras da Estatua que chorava no templo em Cistes? Cuja cidade agora recebe centenas de peregrinos que enchem-lhe os cofres de ouro? Anatole? Anatole o que houve?
O pobre Anatole havia desmaiado.
Anie Marie Estelle Arielle de Borbuon Delacroix de Exupéry Françoa Pepini Belarus de Bardous Chantelien Mansur du Montaigne, a arquiduquesa, soberana de Château d’azur, era uma princesa filha do rei da Bulgéria que veio a Montaigne com oito anos de idade para ser desposada pelo arquiduque, odiava tudo em Montaigne, o que refletia-se nas masmorras do Château e na construção de uma nova prisão na cidade, uma música mal tocada, um canapé não suficientemente belo, cheiroso ou de bom palato, uma piada ruim dos bufões, um verso mal feito por um poeta, tudo era motivo para jogar as pessoas nas masmorras, como odiava a música, a poesia, e a comida de Montaigne, cada dia na corte eram lotes despachados nos calabouços, mesmo os cortesãos da baixa nobreza, que não eram espertos o suficiente ou de posses suficiente para trazê-la algum presente da Bulgéria.
Naquele dia após ser anunciada, entrou de mãos dadas com seu esposo, que pagara milhares de acres de terra por ela com o objetivo de finalmente livrar-se do estigma de vir da baixa nobreza, e de ter uma plebéia em sua ascendência. A arquiduquesa estava sorrindo, todos os 314 nobres presentes no salão superior se viraram para Jean Paul... Era fato lendário, sua baba a velha ama Gisel era testemunha viva que vossa magnificência havia sorrido pela última vez aos quatro anos de idade.
Os olhos do arquiduque faiscaram com intenções assassinas e num impulso perseguiu Jean Paul, que saiu correndo de sapato de saltos e pulou pela janela que abaixo estava a Fontaine Noir, sobre a qual o historiador pessoal do arquiduque havia discorrido aquela manhã, a aguá da fonte amorteceu sua queda.
- Saber de qual janela pular! Eis para que serve a história!
Oficialmente nada poderia acontecer, a arvore familiar da arquiduquesa tinha ramificações que chegavam a l´Emperour, de modo que seria arriscado acusá-la de adultério, apesar da “gafe” daquele dia, perseguir Jean Paul diretamente o faria ser motivo de chacota entre a nobreza que riria de sua linhagem, afinal preocupar-se com adultério era coisa de plebeus, para militares, artesãos e camponeses. Sua exaltação inicial com Jean Paul já tinha rendido boas risadas em outras cortes, o próprio imperador mostrava impaciência com estas futilidades quando decretara a lei para adultério entre os plebeus: O marido desfilar em praça pública montado num asno e com chifres amarrados a cabeça, a mulher nua coberta de mel com penas de galinha no corpo – uma punição tanto para o traidor quanto para o traído que reclamava, o que na prática tornou Montaigne a nação mais simpática ao pecado.
Apesar de todos os empecilhos, a assustadora máquina de tortura que hoje está no museu do Lauvre foi construída por celebre cientista de Vodacce a mando do arquiduque, para ser usada em Jean Paul, e “extra oficialmente” vossa magnificência conspiraria para fazer da vida de Jean Paul um inferno em Montaigne, realmente, o arquiduque não tem sangue puro na linhagem!
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