Três dias depois o bar onde sete traficantes foram mortos estava funcionando de novo, pôsteres de bebidas tapavam os furos de bala na parede, tijolos novos expostos cobriam o grande buraco ao lado da entrada, obviamente a freguesia caiu muito, o lugar ficou marcado pela violência... Naquela hora estava vazio, apenas o barman varria o chão, seu nome era Jones, ele livrou-se de todas as acusações após prestar esclarecimentos na delegacia, não poderia ser responsabilizado pelas atitudes de seus clientes e disse não conhecer nenhum dos homens que haviam morrido, sua escopeta fora comprada legalmente e disse ter atirado no “herói” mascarado em legitima defesa, pois teria ficado apavorado e perdido o controle no meio de toda a confusão, disse ter sido um acidente ter atingido o garotinho do lado de fora, mirara apenas no homem de traje metálico.
Ele não sabia se ia ser processado, mas o fato é que estava livre... “Hei! Sirva-me uma bebida Jones”, disse um freguês em uma mesa ao fundo, a mais discreta do bar, “Ora, eu nem notei que tinha alguém aqui, o que você vai querer be... be... be...“, respondia o Barman virando-se até que a figura de taylor travasse sua língua, ou melhor, Justice e seu traje de herói, sentado na mesa, na larga luz do dia!
“Não precisa ficar com medo, todas as coisas que disseram na televisão me mudaram! Eu vim fazer as pazes com você!!!”, falou Justice, ao que o barman respondeu: “Escuta cara... Eu... Eu nem conhecia aqueles caras, eu... eu só atirei em você porque estava apavorado... Eu...”, - “Eu sei Jones! Eu só vim tomar um drink!”!
O Barman sequer notou que Justice o chamava pelo nome, Taylor sabia que ele era da quadrilha de traficantes, vir até seu bar novamente para tomar um drink? Pouco provável, por que alguém viria para beber com aquele traje, sequer há uma abertura para boca naquela máscara, mesmo assim Jones durante seu trajeto até o balcão realmente se apegou a hipótese absurda de que o herói estivesse ali realmente para tomar só um drink, afinal era essa a única chance que teria... Uma vez atrás do balcão a razão apoderou-se dele novamente, a escopeta ainda estava ali guardada, ao alcance da mão, mas os acontecimentos de três dias atrás haviam lhe mostrado como a arma fora inútil contra o homem que ainda não sabia chamar-se Justice... Durante os últimos três dias a policia o inocentou das acusações mais graves e os noticiários o entrevistaram como sendo uma vítima do episódio, isso lhe deu um certo senso de segurança, achava pouco provável que o mascarado fosse voltar a seu bar, mas o medo existia, por isso passou a abrir o bar somente ao dia, e também por isso comprou uma granada no mercado negro, para a hipótese, por mais remota que julgou ser, do herói voltar.
O barman fingia estar tranqüilo, e fingia estar preparando o “drink”, súbito apanhou a granada e a lançou na direção da mesa onde estava sentado o herói, antes mesmo de abaixar-se no balcão Justice estava também atrás do balcão, agora ao seu lado, “Por favor, Por Favor, não me mate!”, suplicou o barman, “Jones, eu não vou fazer nada contra você, não vou levantar um dedo para machucá-lo... Sabe, você não deveria ficar por ai usando armas, você pode tentar acertar uma pessoa e sem querer ferir outra...”, disse Justice ironicamente, Jones então notou a granada que lançara, agora nas mãos de Justice, bem ao seu lado... Ela explodiu, fazendo Justice desaparecer e o corpo de Jones tombar.
O garotinho foi vingado, ou talvez não, Taylor não tinha certeza se o garoto havia realmente morrido ou se fora sensacionalismo da mídia para repreendê-lo, também não procuraria saber a verdade, não fazia a menor diferença!...
Noite; tudo aconteceu por causa de um par de sapatos com um nome italiano que Taylor pronunciava errado, Jessica dizia que ao “vesti-los” sentia-se “andando nas nuvens, caminhando nas neves”, ela voltou ao apartamento para buscá-los, ele esqueceu que mesmo separados ela ainda tinha as chaves, quando Taylor saiu de um banho relaxante e demorado a encontrou sentada na cama ao lado do traje, com o rosto de quem já havia chorado muito... “Eu não acredito! Você é o maníaco que matou sete pessoas naquele bar”, - “Não Jessica! Eu sou um herói, eram todos bandidos perigosos, eu também salvei pessoas de um incêndio...” – “ Salvou pessoas de um incêndio? Eu fui sua psicóloga por anos, eu te conheço Taylor, você só fez isso por que quer aceitação! Você não vai ficar por ai com essa “coisa” salvando pessoas de incêndios!? Vai?”.
Taylor calou, não conseguiu responder, ela então prosseguiu: “Depois de tudo! Eu tinha ainda esperanças de que você fosse mudar...”, -“Escute Jessica, nem todos como você acham que eu e a minha vida eram um lixo, eu fui escolhido por um herói que se aposentou, um herói que me escolheu para ser seu sucessor e me deu este traje, eu...”, Jessica levantou-se e foi indo em direção a porta, “E agora que você sabe, o que você vai fazer?”... “Eu não sei Taylor! Eu não sei!”...
To be continued...
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